terça-feira, 30 de outubro de 2012

Rimbaud Verlaine

SONETO DO OLHO DO CU
 Obscuro e franzido como um cravo roxo,
 Humilde ele respira escondido na espuma,
Úmido ainda do amor que pelas curvas suaves
Dos glúteos brancos desce à orla de sua auréola.

 Uns filamentos, como lágrimas de leite,
Choraram, ao vento inclemente que os expulsa,
Passando por calhaus de uma argila vermelha,
 Para escorrer, por fim, ao longo das encostas.

 Muita vez minha boca uniu-se a essa ventosa;
 Sem poder ter o coito material, minha alma
 Fez dele um lacrimário, um ninho de soluços.

 Ele é tonta azeitona, a flauta carinhosa,
Tudo por onde desce a divina pralina,
 Canãa feminino que eclode na umidade.

 Escrito a 4 mãos, Rimbaud, Verlaine