E se os cães de Dionísio
Se arremessassem contra os vidros do vagão,
Ameaçando assim nossa viagem tranquila
Com estilhaços, sangue e saliva espessa...
À brigadeiro não mais se sucederia o Paraíso,
E estaríamos então em plena travessia,
Fugindo por labirintos sem porto ou porvir.
Mas a blindagem severa,
Que protege o bom burguês das balas perdidas e da fúria das mênades,
Dos Sátiros do acaso e da ventania que eriça cabeleiras de leões,
Nos permitiu chegarmos ilesos à Consolação.
Dionísio fincou pé de pedra e esquecimento nos Jardins do Trianon.
Sim, eramos três num vagão!
Capturados na engenharia dos sonhos uns dos outros,
Quantos seriamos nós?
Da janela de nossa embarcação
Veem- se, sob a baba do Deus delirante,
um bravo guerreiro e um sujeito descalço
se amando sobre a plataforma vazia.
Engendram Eros sob os coturnos das moedas.
Escaparam das presas do cão,
Dos Urubus de asas e cassetetes,
E celebram bravamente sua loucura,
que se esfuma e despedaça
A cada novo despertar.
Que lindo Ro!!!! que lindo!!! adorei mesmo!!! ahahahaha
ResponderExcluirO sonho do Artur! Muito lindo, Ro!
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