por Rodrigo Mercadante
Hoje, não foi o rumor de folhas secas no espelho,
Nem foi a tácita desconfiança outonal que me despertou dessa manhã azul.
Acordei cinza clarinho, acordei tarde demais,
E meu meio dia vislumbrou o entardecer entre as frestas do insuspeitado.
Terá sido um velho a circundar um olho d'água,
Ou a esguelha trágica de um cão?
Terá sido o despudor de um menino?
Ou o torpor insano no centro do furacão?
Acordei velho demais para o hoje
E jovem demais pro amanhã
Com meu corpo consumido em fogo brando
E as almas todas ensaiando um espetáculo
De fago fátuo, de farsa de pele e músculos para nenhuma comemoração.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário